domingo, 24 de maio de 2020

Vida monástica na cidade




    Nos últimos dias, estou lendo alguns livros sobre a vocação monástica e vida contemplativa. Cansei de ficar lendo livros de História e sobre os assuntos da cidade dos homens, pretendo passar os próximos dias, ou semanas, lendo mais sobre teologia e espiritualidade, ou seja, sobre a cidade de Deus.

   Agora estou ocupado com dois livros, o primeiro é uma coleção de cartas de São Barsanúfio, uma grande parte dele endereçada para outro venerável eremita, João o profeta. É uma excelente leitura, mesmo sem conhecer muito sobre esses santos homens, estou gostando de me familiarizar com eles. É interessante notar o papel de mestre e pai espiritual que São Barsanúfio tinha com o venerável João; vendo que ele também possuía as dificuldades que eu encontro para seguir uma vida espiritual, me dá esperança para perseverar.

  São mais de 800 cartas, algumas de admoestação outras curtos bilhetes de conselhos, mas todas demonstrando uma profunda vida espiritual e pleno conhecimento das Sagradas Escrituras. São Barsanúfio da Palestina realmente é um homem que viveu de acordo com a vontade de Deus para a sua vida, e que soube progredir na vida espiritual e no amor a Deus e ao próximo.

   O outro livro que estou lendo é El desierto en la ciudad, estou lendo em espanhol por isso coloquei assim, escrito por Carlo Carretto. Aliás, apenas a vida deste homem daria para fazer uma postagem aqui no blog, na verdade daria para fazer um belo filme. Um militante da Ação Católica, se converte e entende que Deus o chama para o deserto... e literalmente ele vai para o Deserto do Saara, se torna religioso dos pequenos irmãos do Evangelho e lá escreve diversos livros depois dessa conversão. 

   Não sei muito sobre a biografia do religioso escritor, mas provavelmente os superiores pediram  que ele deixasse um pouco a vida contemplativa e saísse do mosteiro para evangelizar nas cidades. Uma das cidades visitadas, e onde ele teve a inspiração para escrever o livro que mencionei, é Hong Kong; um lugar totalmente inusitado para um eremita ou monge viver.

   Mas é justamente essa a importância do livro, mostrar que é possível viver uma vida de adoração e união com Deus em plena cidade. No meio do turbilhão de barulhos, distrações e tentações da vida urbana, pode-se encontrar o deserto, pois o Reino de Deus já está no meio de nós (Lc 17, 21).

  Enfim, ainda preciso terminar a leitura desses livros, no futuro farei outra postagem sobre esse assunto, mas já tenho a certeza que será uma experiência muito proveitosa.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Membro do rebanho do Pastor




    Ontem eu tive um pouco de vergonha na cara, como dizem aqui no meu estado, e peguei meu catecismo para dar uma lida. Para quem não sabe, estou fazendo a catequese para receber o sacramento da Confirmação. A data marcada era para a festa de Pentecostes ou seja, daqui a duas semanas, mas foi adiada por causa da pandemia do coronavírus.

   Por uma série de razões da minha vida, só agora estou me preparando para receber o santo sacramento da Crisma. Que me dará as graças necessárias para ter uma fé madura e coerente, e me transformará num verdadeiro soldado de Nosso Senhor Jesus Cristo.

    Voltando ao assunto, estava lendo o catecismo e realmente é um belíssimo trabalho da Igreja. Saber que aquele texto sintetiza a Fé Católica dada por Cristo e ensinada pelos apóstolos e seus sucessores ao longo da História, nos lembra que fazemos parte de algo verdadeiramente grande. 

   Ao ler aquelas páginas, nos vem à mente o sangue dos mártires, as orações dos eremitas, os ensinamentos dos apóstolos, os trabalhos e lutas dos missionários, a sabedoria dos confessores, a ciência dos doutores, a pureza das virgens, a perseverança dos penitentes, o amor dos casados, a doação dos celibatários, a inocência das crianças, a experiência dos anciãos.

   Enfim, ao ler aquelas páginas, somos tomados pela lembrança de que mesmo um jovem brasileiro desempregado e sem formação que vive no século XXI, um pecador que nunca fez nada digno com a vida que Deus deu, é continuador e irmão daquela multidão de santos e veneráveis cristãos. Uma multidão de homens e mulheres que souberam fazer a vontade do Senhor nas suas vidas, nas diversas realidades que estavam inseridos, e conquistaram um lugar na mesa do Cordeiro.

   É algo que enche de esperança e inspira a prosseguir no caminho de Cristo.

   Além de tão bela memória, é impossível não lembrar e louvar Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem eu devo tudo que sou e tenho. E a quem eu busco todos os dias da minha vida ser um fiel discípulo e servo. Sou falho, constantemente peco e faço as minha própria vontade ao invés da d'Ele, mas confio na sua infinita misericórdia. Ele que se entregou totalmente nas mãos do Pai, até morrer na Cruz. Tudo isso para salvar a humanidade comigo incluso.

   Não posso finalizar esse texto sem deixar de exclamar esperançosamente:

   Pela sua dolorosa paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro!

Acordando ao meio dia





    Hoje mais uma vez acordei tarde, tão tarde que neste exato momento que escrevo estas linhas faltam cinco minutos para meio dia; restam apenas quatro agora que coloco o ponto final.

    Realmente é algo prejudicial ao ser humano acordar tão tarde, a manhã que é um momento de trabalho e produção é desperdiçado. Eu me sinto um inútil e como se não estivesse realmente vivo quando acordo tão tarde assim.

    Pedi para minha mãe me acordar ao mesmo tempo que ela, talvez seja melhor pedir ao meu pai que acorda  ainda mais cedo para ir trabalhar na obra. Restam dois minutos para o meio dia. Preciso estudar, preciso me esforçar, preciso trabalhar. Qualquer coisa que não me faça sentir um completo inútil; falta um minuto para o meio dia.

    Não é atoa que a preguiça seja um pecado capital, ela leva a outros pecados e faz com que nós nos tornemos viciados nessa vida errática. Agora é meio dia em ponto e meu dia começa...


domingo, 17 de maio de 2020

Domingo dia do Senhor, Aleluia!




    Hoje o mundo se renova. Em todo o mundo, em todos os altares é celebrada a Ceia Eucarística, que nos recorda e renova de forma incruenta e verdadeira, o santo sacrifício do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

    Infelizmente, por conta do período histórico no qual estamos vivendo, não pude ir presencialmente em um desses templos do Senhor Altíssimo, participar do maior evento que ocorre silenciosamente por toda a Terra. Mas, pelo menos, as tecnologias do século presente me permitiram participar a distância. Algo que eu nunca poderia ter feito se tivesse nascido em outra época; foi com a tecnologia do século XXI que pude assistir a Santa Missa, transmitida diretamente do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, que fica na cidade goiana de Trindade... Muito distante da minha querida Natal. Dois territórios da mesma federação mas ao mesmo tempo tão distantes...

    Realmente, hoje me senti tocado pela Graça de Deus, e não estou mais com aquela angústia que havia relatado na postagem anterior. 

   Oh meu Deus e Senhor, sois realmente consolador! Cantarei vossas misericórdias eternamente enquanto fôlego eu tiver! Enquanto vida me conceder!

   Peço a vós meu Deus e Senhor, meu misericordioso Salvador, ser capaz de reconhecer sua presença em todos os momentos da minha vida e de ser obediente e manso à vossa justa e misericordiosa vontade.

Amém!


sábado, 16 de maio de 2020

Algumas reflexões




   Estou realmente afastado do blog,  tinha dito que voltaria a escrever diariamente mas não foi possível. Nesses dias estou profundamente sem ânimo para qualquer coisa. Bom, eu nunca fui um exemplo de perseverança e assiduidade, mas esse sentimento de desânimo e desolação está me acompanhando constantemente nos últimos dias.

   Eu poderia apontar a razão disso para aspectos psicológicos por causa da quarentena. A sensação de ver a vida passando e saber que até hoje eu não realizei nada na vida que me foi dada, é realmente desanimadora. Mas, como cristão, eu sei que o aspecto espiritual também tem muita influência sobre uma pessoa.

   Sim, como cristão eu sei que tudo que nos acontece é permitido por Deus na sua infinita sabedoria e que todas essas coisas levam ao nosso bem graças à sua infinita misericórdia. O bem temporal é importante, justo e consolador, mas o bem eterno é perfeito e infinitamente mais importante e consolador. Reconheço que estou longe, muito longe da perfeição cristã, de ser santo como nosso Pai é Santo. Mas imploro a Deus que me perdoe e dê as graças necessárias para que isso mude.

   Ontem vi uma bela exposição da vida de São Paulo da Cruz. Que exemplos luminosos os santos de todos os séculos nos dão. Homens e mulheres que souberam caminhar nas veredas de Cristo de forma exemplar, nas diversas circunstâncias e cruzes. 

   Imploro pela intercessão dos Santos e Anjos de Nosso Senhor Jesus Cristo, para que eu saiba reconhecer a vontade d'Ele para minha vida, e consiga segui-la fielmente.


Esse é o link da exposição de São Paulo da Cruz, recomendo que assistam:

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Trabalhando nos textos







   Estou afastado do blog há uns dias, não que tenha algum problema nisso já que não existem leitores aqui.

   De qualquer forma, vou voltar a postar diariamente aqui, não posso parar de praticar a escrita; uma vez que se para é difícil voltar ao ritmo. Não digo que seja impossível mas é muito difícil e exige um esforço maior.

   Também tem alguns textos que precisam da minha atenção; tenho que encarar a escrita como um trabalho como outro qualquer e fazer uso de uma rotina laboral. Todo trabalho ou ofício precisa de uma rotina de exercício ou prática. Sem isso, o operário ou artesão enferruja e não consegue quebrar pedras ou modelar o ouro corretamente.

   Enfim, esse pequenino texto, que permanecerá na obscuridade para sempre, foi apenas um passo nesse sentido. Espero permanecer com a prática da escrita enquanto viver, sem ela minha vida não possui o mesmo brilho e sentido.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Medo de escrever




    Um dos maiores empecilhos para quem pretende ser um escritor, não necessariamente um profissional, é o medo de escrever. O medo paralisa tudo, mas é bastante forte quando se trata de alguma atividade criativa ou artística como a escrita. 

    Seja por não se sentir seguro com a sua própria técnica ou por achar que não tem conhecimento suficiente para escrever qualquer coisa que seja, o aspirante a escritor começa a desanimar e a cair em uma espécie de torpor criativo. Isso leva à morte de qualquer pretensão ou objetivo de entrar no mundo da escrita.

    Outra razão comum é temer a reação das pessoas em relação aos seus textos, que nunca conhecem a luz da vida pois só existem na cabeça dele. O sentimento de inferioridade, quando se compara aos grandes escritores do passado e do presente, e também com aqueles que nem são tão grandes assim mas são tratados como tal, leva ao iniciante desanimar nas primeiras frases e largar qualquer tentativa de escrita.

    Não preciso dizer que o resultado seja uma vida frustrada e triste.

    Eu já sofri muito com isso. E em certa medida ainda sofro. Mas estou tentando mudar esse infeliz hábito. Uma prova disso é esse blog, que foi criado justamente para desenvolver minha escrita. Como você pode ver, caro leitor inexistente, meus textos são repletos de erros e falhas; mas estou tentando melhorar. O que vou falar pode parecer um clichê mas é verdade: a prática leva à perfeição.

    Algum dia a perfeição chega... espero.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Oração, estudo e escrita



   Estas são as únicas coisas que me dão a certeza de que a vida não é um completo mar de lágrimas e sofrimentos. Orar, estudar e escrever, são as melhores coisas que um ser humano pode fazer; pelo menos quando o ser humano em questão sou eu.

   Acho que é importante ter essa ordem em mente para que todo o processo seja proveitoso. 

   Primeiro a oração, sem dúvida é o princípio de tudo. É um hábito que não possuía e que, graças a Deus, estou me habituando a manter. Acredito que a razão para os meus fracassos e derrotas passadas seja a falta de oração. Quando rezamos colocamos todos os nossos problemas e dificuldades nas mãos de Deus, e ele cuida do resto... nos guiando pelo caminho e nos protegendo dos perigos, que muitas vezes são provenientes de nós mesmos.

   Em segundo lugar o estudo. Eu bem sei como é difícil ter paciência para estudar, muitas vezes falhei miseravelmente por não ter me aplicado nos estudos. Mas é inegável que o estudo é uma fonte de frutos intelectuais deliciosos. Só é preciso que nós consigamos aguentar o gosto amargo do início, depois nós podemos aproveitar o doce sabor do conhecimento.

   Em terceiro, a escrita... Coisa maravilhosa e assustadora. Maravilhosa porque temos a possibilidade de mostrar ao mundo o que temos no nosso interior, os nossos pensamentos e convicções; quem sabe alguém concorda com a gente? Assustadora justamente porque temos que encarar o nosso interior e todas as sombras e criaturas sub-reptícias que lá habitam; é preciso ser corajoso para conseguir dominar as feras que alimentamos durante toda nossa vida.

    Enfim, essa foi só uma breve, e simplória, reflexão sobre as três coisas que são capazes de dar mais vida à existência de um ser humano. Não quero com isso dizer que as três sejam coisas fáceis, jamais mentiria para você amigo leitor inexistente. As três apresentam, e muitas, dificuldades e desafios. Mas, para conhecê-las e derrotá-las, é preciso encará-las e colocá-las em prática.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Imagens que levam a Deus























     Algumas obras de arte conseguem levar aqueles que as admiram a uma maior proximidade com Deus. Vendo a beleza produzida por um artista humano, somos lembrados que todo o universo, todas as coisas visíveis e invisíveis, foram feitas pelo Artista Supremo e perfeito: Nosso Deus Todo Poderoso.

    Coloquei algumas pinturas acima para ilustrar o que falei.

    Claro que existem centenas de obras que despertam esses mesmos afetos e devoções, mas essas são suficientes. Recomendo ao leitor se aventurar nesse belo e inspirador mundo das artes.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Santo Estevão e Santo Isaac Jogues

Santo Estevão 
Santo Isaac Jogues e companheiros mártires



     Hoje gostaria de escrever sobre dois homens que, mesmo vivendo em séculos de distância um do outro, tiveram o mesmo fim: testemunharam a fé em Nosso Senhor Jesus Cristo com o próprio sangue, tornando-se assim santos mártires.

    Os dois homens, como vocês viram no título da postagem, são Santo Estevão e Santo Isaac Jogues. Um deles teve a graça de viver na era apostólica e com certeza viu Nosso Senhor pessoalmente várias vezes. Outro viveu no século XVII, não acompanhou o Mestre na sua missão pública, mas nem por isso teve menor fé; viu o Senhor com a mesma intensidade do seu irmão predecessor.

    A primeira leitura da liturgia de hoje nos fala sobre o início do testemunho de Santo Estevão (At 6, 8-15) e nos mostra que ele, repleto da graça e poder provenientes do Senhor, realizava sinais e prodígios no meio do povo; o que incomodou as autoridades religiosas da região. É algo que sempre acontece na história da salvação: os homens de Deus encontram adversários e oposição quando fazem a vontade do Senhor. A luz veio ao mundo e os seus não a receberam...

   Como não conseguiram argumentar com a sabedoria do Alto, usaram dos meios das trevas: pagaram falsas testemunhas para caluniarem e difamarem o Santo Estevão. Claro que isso não tirou a paz e a fortaleza do venerável diácono. 

"Todos os que estavam sentados no sinédrio tinham os olhos fixos sobre Estevão, e viram que o rosto dele se parecia com o rosto de um anjo". (At 6, 15)

     E o nosso irmão na fé defendeu-a com coragem na frente da plateia de acusadores. O resultado do julgamento injusto foi a lapidação do diácono Estevão. Mas Deus sabe tirar o bem do mal, e seu amado servo é recompensado com a vida eterna, perdoando os seus assassinos igual o Divino Mestre.

    Outro amado servo de Nosso Senhor Jesus Cristo foi o francês Isaac Jogues. Esse mártir das terras canadenses teve a graça de ouvir a pregação de outro santo presbítero: São João de Brébeuf, que também morreu martirizado pela tribo dos Iroqueses. Ao ouvir os relatos sobre a vida dos jesuítas mártires ao redor do globo, o jovem Isaac resolveu aceitar a vocação e se tornou missionário do Senhor.

     E assim foi, onde acabou sofrendo inúmeras atrocidades nas mãos da tribo dos Iroqueses. Tendo ficado refém por meses e tendo sido mutilado pelos captores. Um dia caiu vítima de um machado traiçoeiro e entregou seu último suspiro, regando o solo da América do Norte com o seu sangue.

      A vida dele pode ser lida em um belíssimo livrinho escrito pelo Padre Afonso de Santa Cruz:

      http://alexandriacatolica.blogspot.com/2020/03/um-dos-martires-jesuitas.html

    Enfim, só queria fazer uma breve exposição e comparação desses dois santos mártires que, vivendo séculos longe um do outro, derramaram seu sangue pela fé em Jesus Cristo. Como eles, centenas de cristãos são martirizados ainda nos nossos dias.

Rezemos pelos irmãos perseguidos.

Rezemos pela intercessão de Santo Estevão e Santo Isaac Jogues.

obs: Uma outra coincidência é que um dos presentes no martírio de Estevão se converteu: o jovem Saulo, o nosso São Paulo. E, da mesma forma, o assassino de Isaac Jogues também se converteu, o indígena pagão recebeu o batismo e escolheu como seu nome de cristão Isaac...


domingo, 26 de abril de 2020

Domingo, dia do Senhor














      Domingo é o dia de celebrar a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo! E o melhor modo para isso é participar da Santa Missa. 

     Nesses tempos infelizes de pandemia temos que renovar e fortalecer nossa fé, com a esperança de que logo poderemos participar presencialmente do banquete da Eucaristia.

    Enquanto isso, é salutar assistirmos a Missa online. Com certeza Deus nos dará as graças que necessitamos, mesmo com essa distância.

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